Resumo:
“Aquele
bebé estava na minha barriga há quatro meses. Estava lá quando comecei a limitar muitíssimo a minha alimentação, quando fiz exercício intenso e violento,
quando submeti o abdómen aos potentes ultra-sons do liposhaper, quando bebi álcool sem preocupação na comemoração dos
meus 35 anos, nas festas de Natal, no restaurante mexicano onde pedi mescal,
quando falhei o degrau e me estatelei no chão. Sobreviveu a tudo.”
“Foi
tudo incrível: a maneira como engravidei, como o médico me pôs um aparelho
contraceptivo sem perceber que eu já estava grávida e como só o descobri com quase
17 semanas de gravidez, vendo-me impossibilitada de tomar uma decisão livre e
rápida. O sofrimento que tudo isto me causou é indivisível. Tinha uma filha na
barriga e essa filha podia matar-me. Era correr risco de vida ou ser eu, depois
de vê-la a chuchar no dedo, dentro de mim, a não deixar viver. Talvez só quem
for mãe consiga compreender cabalmente a atrocidade desta situação.”
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